sábado, 19 de setembro de 2009

Linguística Aplicada

Para começar, é importante apresentar uma breve definição de Lingüística Aplicada: é uma área que se ocupa da pesquisa sobre questões de linguagem situadas na prática social com procedimentos específicos determinados pela natureza aplicada da pesquisa que tipicamente a serve.

Existem muitas discussões sobre a questão da autonomia da LA. Muitos linguistas a consideram como um ramo da Linguistica geral. Porém, a Lingüística Aplicada é área autônoma da Linguagem, pois possui metodologia própria, baseia suas descobertas em métodos rígidos de observação, estuda fenômenos do seu objeto de investigação e é constituída de subáreas como Tradução, Ensino-Aprendizagem de Línguas, Relações Sociais Mediadas pela Linguagem e Usos da Lexicografia e Terminologia.

Os três interesses temáticos das subáreas da LA: dedicar-se às manifestações da linguagem no uso social cotidiano, relacionar os interesses científicos das subáreas às generalizações que precisam ser feitas para promover o entendimento do público e, por último, encontrar soluções para os problemas do mundo real. Ou seja, a LA serve para aplicar princípios, métodos e resultados de pesquisas teóricas para resoluções de problemas que dizem respeito à educação e cultura social. Mas antes de ser aplicado um método ou uma prática de ensino é necessário ter conhecimento das “condições culturais das populações a serem servidas para facilitar a absorção do que se lhes será oferecido alternativamente”.

Por mais que se permita conhecer a aplicação como um dos modos de realizar a LA, essa área nunca poderia se restringir a esse método. Isso devido ao fato de que a aplicação não é sempre suficiente para abordar situações complexas como tradução, ensino e aprendizagem de línguas, e outras mais. Quando não são encontradas teorias já existentes na LA que sustentem alguma prática complexa, buscam-se fundamentos teóricos que uma ciência de contato já possui.

Almeida Filho traz a Linguagem como sendo um ramo das Ciências Sociais. Então se subdivide em três partes: Linguística, Literaturas e Linguística Aplicadas. Essas três áreas se encontram no mesmo nível, o que deixa bem claro que a LA é uma ramificação da Ciência da Linguagem, e não da Linguística Geral. A LA também possui subáreas – anteriormente citadas aqui – como a Tradução, Ensino de Línguas, Relações Sociais, Lexicografia e Terminologia Aplicadas. Esse esquema foi desenvolvido em favor de uma reformulação das áreas da Linguagem e significa uma nova repartição dos Institutos ou Faculdades de Letras, que seriam renomeados para “Instituto da Linguagem”. Assim designados, esses institutos teriam uma formação completa no campo da Linguagem com embasamento nas suas três amplas disciplinas – Literatura, Linguística Geral e Linguística Aplicadas – organizadas distintamente em três departamentos.

Para concluir, esse artigo apresentou a Linguística Aplicada como uma ciência autônoma por possuir um objeto de estudo, metodologia própria, e por desenvolver seus modelos teóricos, trabalhando para melhorar a formação de professores de línguas, tradutores e demais profissionais das relações sociais mediadas pela Linguagem. A LA tem como grande função é resolver problemas educacionais e sócio-culturais.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A INTERPRETAÇÃO DE CONFERÊNCIAS

Como a terminologia utilizada na Interpretação não é de amplo domínio dentre aqueles que não se dedicam a essa atividade, aqui está uma breve explicação dos termos comumente utilizados.

A modalidade consecutiva é aquela em que o intérprete escuta um longo trecho de discurso, toma notas e, após a conclusão de um trecho significativo ou do discurso inteiro, assume a palavra e repete todo o discurso na língua-alvo, normalmente a sua língua materna.

A modalidade intermitente (ou “sentence-by-sentence”) não é comumente estudada por pesquisadores da área, nem é utilizada por profissionais em eventos de caráter internacional. É vista mais freqüentemente em reuniões nas quais se pede a uma pessoa que fala as duas línguas, via de regra sem qualquer treino em interpretação, para que se coloque ao lado de um palestrante estrangeiro e traduza o que ele está dizendo. O palestrante fala uma ou duas frases curtas e faz uma pausa para que as suas sentenças sejam traduzidas para o idioma da platéia.

A modalidade simultânea é a mais amplamente utilizada hoje em dia. Nessa modalidade, os intérpretes – sempre em duplas – trabalham isolados numa cabine com vidro, de forma a permitir a visão do orador e recebem o discurso por meio de fones de ouvido. Esse é um princípio básico do processo da interpretação simultânea, em que os intérpretes continuam a insistir hoje em dia, uma vez que dependem das expressões faciais e outros movimentos corporais tanto quanto das próprias palavras sendo proferidas, para terem uma compreensão global do sentido da mensagem. Ao processar a mensagem, re-expressam-na na língua de chegada por meio de um microfone ligado a um sistema de som que leva sua fala até os ouvintes, por meio de fones de ouvido ou receptores semelhantes a rádios portáteis. Essa modalidade permite a tradução de uma mensagem em um número infinito de idiomas ao mesmo tempo, desde que o equipamento assim o permita.


(texto retirado do artigo criado por Reynaldo Pagura: A INTERPRETAÇÃO DE CONFERÊNCIAS: INTERFACES COM A TRADUÇÃO ESCRITA E IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE INTÉRPRETES E TRADUTORES)